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TRANÇADO DE FIBRAS VEGETAIS

TÉCNICA

Segundo o Centro Nacional de Folclore Edison Carneiro, trata-se de uma técnica

artesanal de entrelaçamento de matéria-prima vegetal empreendida na confecção

de objetos. Esta técnica é também conhecida como trançado e pode ser utilizada

diversas fontes vegetais para a confecção como bambu, taboa, cipós, trepadeiras,

cascas e entre cascas previamente preparados, uma prática que faz parte do grande 

legado dos povos indígenas, que é a arte de trançar fibras vegetais.

Os objetos podem se tornar cestas ou cestos adquirindo a forma de recipiente a partir dos entrelaçamentos das fibras desses vegetais na forma de fios, lâminas ou tiras, podem possuir alças e/ou tampas. São utilizados para guardar e transportar objetos como roupas, alimentos e outros. Também são conhecidos como balaios. Para além da cestaria é possível, com esse material, produzir chapéu, peneiras, abanos e também móveis.

Segunda a pesquisadora Meire Berti Gomiero em Folclore na prática educacional: município de Vigia, 1995: “Somente o trançado supera, no Brasil, a cerâmica no que concerne à área de difusão e devemos isto à abundância da matéria-prima e à multiplicidade de objetos indispensáveis à função utilitária, doméstica, lúdica e religiosa. Esses objetos são úteis não só para os povos nômades, mas para os lavradores, pescadores, caçadores, e, na utilidade, tão decantados na decoração de residências na zona urbana.”
 

 A prática da cestaria já foi pesquisada por vários autores, folcloristas e cientistas sociais. São pesquisas que nos dão a dimensão da abrangência dessa técnica artesanal pelo Brasil. Na biblioteca do CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular) localizada no Museu do Folclore de São José dos Campos encontramos pesquisas sobre a prática nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Minas Gerais e vários estados do nordeste brasileiro.

  

FONSECA, Meire Berti Gomiero. Folclore na prática educacional: município de Vigia - PA. São Paulo, SP: Vice-Reis, 1995. 141 p. Ilustrado.

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JAIRO FERNANDES

Jairo Fernandes é morador do bairro Campos de São José há mais de 20 anos, já foi presidente do bairro, cuida do espaço do campinho de futebol e auxilia também nos treinos de futebol das crianças, ele afirma com orgulho que muitos saem dali para jogar profissionalmente. 

A sua casa beira a mata que circunda o bairro e Jairo contribui nos cuidados e preservação dela, plantando e se relacionando em harmonia com os animais que se aproximam.  

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Aprendizagem

Jairo Fernandes, nasceu em Resende - RJ, mas morou durante muito tempo em Baependi - MG, onde, aos 9 anos de idade, aprendeu o trabalho com o bambu através da relação com uma família que era sua vizinha e faziam produção em escala de utilitários feitos desse material.

 

Rapidamente Jairo compartilhou o novo conhecimento com seus 10 irmãos e com seus pais, durante um tempo toda a família se dedicou a trabalhar com bambu e sua mãe saía para vender, tirando o sustento da casa através desse ofício.

Seu trançado

Ao trabalhar com bambu, Jairo relembra os bons momentos com a família, a grande parte dos objetos utilitários e de decoração de sua casa são feitos por ele, alguns com quase 30 anos e seguem conservados. Ele conta que para que ocorra a preservação da peça o bambu precisa ser coletado na lua minguante, antes das 15:30 da tarde e por último utilizado um verniz, que ele mesmo prepara. 

Ao coletar o bambu, o parte em pedaços que o possibilita trançar, essas partes ele dá o nome de “tissume”. Jairo trança o bambu de uma forma que consegue distinguir sua peça em meio a qualquer outra, ele faz um trançado cruzado, o que permite uma estética diferenciada e um reforço na estrutura.

 

Jairo faz peças sob encomenda, podem ser fruteiras, moisés, galinheiro, cestas de roupas, balaios, e está em constante criação das possibilidades desse material. A matéria prima é colhida por ele mesmo nas redondezas e beneficiada e executada por ele em sua residência, o tempo de produção está ligado ao tempo correto para a colheita do bambu.

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