FUXICO

Basta uma agulha, linha e retalhos de tecido para produzir o que chamamos de “fuxico”, palavra de origem bantu. Depois de costurado para alcançar sua forma de “flor”, são inúmeras as possibilidades para compor objetos.

Unidos entre si, podem formar toalhas de mesa, colchas para cama, terços, colares, brincos, vestimentas. Podem vir acompanhados de forros ou ser um componente decorativo.

Como muitas das técnicas artesanais, o fuxico é mais uma que traz em sua estética o colorido temperado com a criatividade de cada artesã. Confira aqui as que fazem parte do nosso Balaio.

ALMERINDA SILVA ALBUQUERQUE (Meca)

Sua história

Nascida em Teresina, Piauí, Almerinda foi viver ainda criança em Bacabal, no
Maranhão, junto com seus pais. Aos 14 anos conheceu seu marido, e resolveu deixar sua casa para morar na rua com ele que já trabalhava vendendo artesanato. Foi então que aprendeu a fazer o artesanato.
Nessa época viajou para vários locais do Brasil, diz que apenas não conheceu o Rio de Janeiro. Sua primeira filha nasceu neste período, quando morava em uma praça em Feira de Santana, na Bahia.

Quando chegou a São José dos Campos, há quase 30 anos, foi morar no Morro do Regaço, na Vila Nova Tatetuba (Vila Industrial, Zona Leste). Sua segunda filha, Luciana, nasceu neste período, já em São José dos Campos.Almerinda tem, ao todo, 2 filhas e 4 netos. Em 2004, a prefeitura removeu mais de 200 famílias do Morro do Regaço e os rearranjaram principalmente, no Bairro Jardim São José II, onde Almerinda mora até hoje.

O artesanato

Almerinda é a quarta filha de 14 filhos. Sua mãe, que era sobretudo dona de casa, costurava as roupas para os filhos, um pouco também para fora e fazia fuxico com os retalhos que ficavam. Mas não foi com sua mãe que aprendeu, aprendeu na vida, quando teve necessidade. Quando morava com a mãe não se interessava por isso. Quando ficou 8 anos vivendo na rua, Almerinda teve grande necessidade de costurar e reformar roupas.

Fazia tudo à mão, pois não tinha máquina. Às vezes ela ganhava camisetas grandes, que ficavam imensas para sua filha, então ela utilizava uma camiseta que ela já tinha de molde e cortava a outra do mesmo tamanho. Então, costurava à mão a camisetinha e, com o retalho que sobrava, fazia os fuxicos.

Sua loja - ateliê

Hoje, Almerinda tem um espaço na parte da frente da sua casa, com sua máquina de costura, onde realiza reforma de roupas, faz seus artesanatos com fuxico, crochê e com retalhos de tecido. Nesse espaço também vende alguns itens de necessidade básica para a vizinhança. Sua principal forma de trabalho com artesanato é por encomendas.